Minha POESIA, é meu Mar de emoção

Minha POESIA, é meu Mar de emoção
onde navego, caminho e Aporto (Lindau, fronteira com a Austria).....

domingo, 14 de novembro de 2010

AMAZONIDA

SOU UMA AMAZÔNIDA!

Por> Neca Machado


Ao nascer no norte do Brasil, na fronteira com a Guiana francesa ao sabor do vento do maior rio de água doce do mundo, o Amazonas, me considero UMA AMAZÔNIDA em sua plenitude.


Minha terra também tem Palmeiras, parodiando o poeta nacional, e pelo seu solo pátrio os pássaros que aqui gorjeiam também são cantadores. Por minhas entranhas os senhores da floresta abençoaram-me com suas ervas miraculosas e num magnífico cenário desta paisagem singular, me fortaleço continuamente fazendo com que meu sangue nativo circule com a força de meus ancestrais indígenas e africanos.

SOU UMA AMAZÔNIDA!

Por cultivar minha origem

Por amar minha raiz

Por debruçar-me sobre este solo,

Com a força motriz.

De quem sabe de sua historia

De quem ama o seu País.


SOU UMA AMAZÔNIDA!


Sentada nas embarcações

Caminhando sobre bolsões...

Cultivando o meu solo

Preservando minha fonte,

Sou deste solo errante

Como o maestro lapidante,

Que nas águas barrentas

Deste torrão tucuju

Descobre seu diamante.


SOU UMA AMAZÔNIDA!


De vagidos cristalinos

De soberbo coração,

Que navego andarilha

Pelos campos altaneiros,

Deste solo trigueiro

Fincado no meio do mundo,

Abençoado e profundo.


SOU UMA AMAZÔNIDA!

Nascida na maior Floresta

Sentindo o vento na testa

Fazendo de minha aquarela,

Uma verdadeira festa.

Pedindo sempre a benção

De meus deuses e padroeiros,

Para que nunca pereça.

Em momentos traiçoeiros.


SOU UMA AMAZÔNIDA!


Voando em asas imaginarias

Como uma Fênix nortista

Que nunca perde de vista,

O chão de sua raiz.

Posso caminhar tão longe

Que sempre volto faceira,

Para minha terra altaneira

No norte deste País.


SOU UMA AMAZÔNIDA!




Que desce nossas ladeiras,

Que se extasia por inteira,

Com as manifestações

Que varam noites a fio

Neste recanto sutil,

Onde o som do Batuque

Penetra na carne

Cortando em golpes certeiros

Lembranças de meus pioneiros.

No vai e vem do equinócio.

Como animais no CIO.


SOU UMA AMAZÔNIDA!


Banhada com água benta

Apaixonada por pimenta

Que se embrenha nas matas

Cortando nossos afluentes,

Como a lamina luzente

De um viajeiro andante

Debruçado sobre sabores

Desta terra singular

Onde cheiros e paladares

São divinos manjares

De Deuses do alem mar.


SOU UMA AMAZÔNIDA!


De pés na areia

Na lama

Na chuva,

Na maré.

Na calçada,

Na verdejante floresta,

Desta terra abençoada,

Por uma linha imaginaria cortada

Na beira de um Igarapé.